14 janeiro 2012

Pedra, Papel, Tesoura


Ando tão decepcionado com os seres humanos, que às vezes nem dá vontade de levantar da cama. Esses dias tive overdoses de constrangimentos e decepções, coisas que vêm me incomodando profundamente e me fazendo refletir sobre decisões presentes e futuras. Um adendo é que eu não imaginava que houvessem tantas pessoas altamente aficcionadas pelo mundo virtual, que o colocassem acima da realidade (leia-se mundo fora da web) e, além de tudo, fizessem altas conjecturas a despeito dele. Isso foi mesmo um tapa na cara, pois eu não acreditava nas estatísticas, que culpavam as redes sociais de serem perigosas e de responsáveis pela destruição de lares, casamentos e amizades. Enfim, é lamentável que esse fenômeno ocorra, mas é mais entristecedor ainda como ele corrobora para outro mal, o bullying, que vem se alastrando e tomando proporções preocupantes. De fato que o bullying não é uma coisa nova, o uso desse termo que se tornou recorrente e, desse modo, ampliou-se as dicussões para outras questões que vêm no pacote, como o preconceito exarcebado e a discriminação sem precedentes. A web, nesse caso, se tornou uma facilitadora para a disseminação desse mal, criando uma nova modalidade de assédio, o cyberbullying, e fortalecendo a outra. 

É impressionante, mas se você é negro ou branco, você sofre, se é gordo ou se é magro, sofre também, se é alto ou baixo, sofre, enfim, tudo é motivo para questionamentos e constrangimentos. Cor da pele, sexualidade, tipo físico, estatura, classe social, escolaridade, vestuário, deficiência, idade, et cetera, et cetera... Meu Deus! Onde vamos parar desse jeito? Não é fácil sentir na pele a força das ações alheias e nocivas a fim de lhe reduzir. Eu não entendo qual o prazer de um dito ser humano em se desfazer do seu semelhante, realmente não consigo compreender. A verdade é que não se pode mais ser feliz nesse mundo, pois tem muito mais gente que sente prazer em ver a felicidade do outro aniquiladado do que se possa imaginar. Cadê a liberdade de sermos o que quisermos? Cadê o princípio de igualdade para todos? Onde está a fraternidade, aquela que prega que somos irmãos e que devemos ter no mínimo compaixão uns pelos outros? Não sei... Falta pureza no coração dos homens, falta humanidade. Os julgamentos são inúmeros, as pedras arremessadas são pesadas e ferem profundamente, as palavras proferidas são afiadas, como se prensadas com tanta força, que rasgariam o papel, machucando, causando chagas extremamente dolorosas, usurpando direitos fundamentais do homem, e decepando, como uma tesoura afiada, um dos maiores bens que uma pessoa pode ter, a dignidade.

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