14 dezembro 2005

A Sete Palmos


Como será estar a sete palmos? Bom, não deve ser nada agradável uma caixa de madeira fechada enterrada a sete palmos do chão. Mas a Morte, misteriosa como ela só, nos proporciona esse momento único (e último). E como saber lidar com essa Senhora considerada "o único mal irremediável"? Pensar menos nela é uma sugestão e quando chegar, não tem jeito mesmo! Ou então, tente aceitá-la, como parte da Vida. Presenciar a morte é algo extremamente doloroso e difícil de aceitar, porém venho tendo uma visão diferente e tratando essa Senhora com menos medo. Esse tema, que é amplamente discutido, questionado, satirizado, interpretado e constantemente vivido, não me causa tanto engodo quanto antes. O Auto da Compadecida, de Guel Arraes, adaptação da obra homônima de Ariano Suassuna, abriu espaço para a minha aceitação da Dona que estamos falando. A sátira protagonizada por Matheus Nachtergaele e Selton Melo é realmente fabulosa no ponto de vista religioso espiritual, e possui uma graça incorrigível. Utilizo do cinema para justificar minha nova visão, pois sou apaixonado pela sétima arte, e nada melhor que ela para me ensinar a compreender o milagre da vida e o destino final de todos nós, a morte. Six Feet Under, ou A Sete Palmos, série americana premiada e aplaudida no mundo inteiro, também me deu uma outra noção da morte. Pude "conviver" com ela por invadir a casa dos Fisher e acompanhar os funerais ocorridos lá, foi uma grande experiência. Alan Ball, criador do seriado, acertou no tema, na narrativa, no cenário, nos personagens, enfim, escreveu ótimos argumentos para todos os episódios. Me sinto parte da família Fisher, afinal, sou um pouco David, um pouco Claire, um pouco Ruth, um pouco Nate, um pouco Brenda, já faço parte da Fisher and Sons. Bom, agora tenho mesmo é que curtir os dias que me restam, e um conselho, faça isso também antes de repousar a sete palmos. Te vejo no Céu, no Inferno, ou no Purgatório, quem sabe? (rs) Bye!

4 comentários:

Anônimo disse...

Esse texto seu me faz lembrar de uma frase que corre na net: "Não leve a vida tão a sério. Você não vai sair vivo dele mesmo!". Realmente, a vida e um punhado de pequenos momentos, pequenas sensações que compõem um quebra-cabeça. E como todo quebra-cabeça, quando completo não tem mais nenhum encanto e não adianta desmanchar para fazer de novo. Delicie-se com cada peça, viva seu quebra-cabeça de forma a não deixá-lo incompleto. Beijocas.

Anônimo disse...

http://semprembs.blog.uol.com.br
A morte e terrivel porque leva tudo que amamos.A unica forma de nao sofrermos e ir logo com ela que nos espretia de olhos bem abertos.

Anônimo disse...

Olá querido! Só agora tô conseguindo deixar meu rastro aqui... Beijinho! Adorei o cartão :)

p disse...

Somos todos um bocadinho Fisher, não é?